
Alguns pensamentos e fatos sobre a Albânia de ontem, de hoje e de amanhã: o ritmo de desenvolvimento nos diversos campos da construção socioeconômica e cultural.
Na parte sudoeste da Península Balcânica, numa extensão territorial de aproximadamente 28.000 km², vivem 2,3 milhões de albaneses que, empunhando com firmeza a picareta numa mão e o fuzil na outra, demonstram ao mundo inteiro as maravilhas que um povo livre, por mais reduzido numericamente que seja, pode realizar quando é dirigido por um autêntico Partido marxista-leninista. Antes da Segunda Guerra Mundial, pouquíssimos conheciam a Albânia. Alguns políticos burgueses estrangeiros, mergulhados no mais profundo desconhecimento e no desdém colonial, consideravam-na, naquela época, meramente uma abstração geográfica, enquanto certos setores ultrarreacionários e fascistas, envolvidos nas barganhas imperialistas, conspiravam para esmagar sob seus pés este país antigo e este povo portador de ricas tradições patrióticas e revolucionárias.
Tentar caracterizar em poucas páginas o gigantesco salto histórico protagonizado pelo povo albanês durante os 29 anos de Poder Popular é, de fato, uma tarefa difícil. Na Albânia pré-libertação, reinavam a pobreza extrema e o mais brutal empobrecimento das massas trabalhadoras. Os tributos e os impostos cobrados ao povo representavam 95,7% do orçamento do Estado, orçamento este que era destinado, fundamentalmente, ao sustento do palácio real, da polícia e do exército do regime de Zog. Qualquer tentativa de comparação com a situação atual, nesse campo específico, torna-se impossível, dado que hoje a Albânia é o único país do mundo onde as massas trabalhadoras não pagam qualquer tipo de imposto ou tributo.
Antes da libertação, os camponeses albaneses, além de esmagados pela miséria, eram vítimas da malária e de outras doenças; eram analfabetos e suas modestas habitações eram iluminadas apenas com tochas e lamparinas a óleo. Hoje, no entanto, todas as aldeias albanesas encontram-se plenamente iluminadas com energia elétrica. A economia da Albânia pré-revolucionária era tão atrasada e dependente que até mesmo fósforos e agulhas precisavam ser importados do exterior, enquanto agora o país produz, por si mesmo, a maior parte dos bens de consumo necessários ao povo e, inclusive, alguns desses produtos já disputam com êxito mercados estrangeiros.
Tomemos ainda outro dado revelador: antes da libertação, 80% da população era analfabeta; atualmente, um terço da população encontra-se em processo de estudo formal, e a Albânia já possui sua própria Academia de Ciências, com numerosos institutos especializados e até mesmo um moderno centro de computação eletrônica, tudo isto dirigido, operado e desenvolvido integralmente por albaneses.
É possível que para um estrangeiro seja difícil compreender plenamente a grandiosidade dessas transformações socioeconômicas alcançadas pelo povo albanês sob a direção brilhante e esclarecida de seu Partido do Trabalho (PTA). No entanto, os camponeses da região de Myzeqe ou os montanheses de Kurbnesh, que viveram o passado sombrio e opressor, sentem em cada passo de sua vida cotidiana a magnitude dessas conquistas da construção socialista. Por isso, quando a Rádio Tirana anunciou que, nas eleições para a 6ª Legislatura da Assembleia Popular, 100% dos eleitores votaram nos candidatos da Frente Democrática (FD), os albaneses compreenderam esse fato com a mais absoluta naturalidade, como uma consequência lógica, enquanto, para um observador estrangeiro, tal resultado pode parecer, à primeira vista, algo estranho e paradoxal. Na realidade, esse resultado expressa um dos aspectos exteriores da unidade monolítica do povo em torno do Partido do Trabalho e de nosso destacado e glorioso dirigente, o camarada Enver Hoxha, cujos nomes e história estão indissociavelmente ligados a todas as vitórias da Albânia socialista ao longo desses 29 anos de edificação de uma vida livre e feliz, aqui nas margens do Adriático, no coração de uma Europa infestada pelos venenos do imperialismo e do revisionismo, revestidos das mais diversas roupagens.
Números que falam por si só
Os diversos aspectos do desenvolvimento econômico de um país podem ser demonstrados por meio de inúmeros índices específicos, contudo, o indicador mais eloquente e incontestável para tal finalidade é, sem dúvida alguma, o da renda nacional. A variação no volume da renda nacional caracteriza de maneira sumária e global todos os êxitos alcançados por uma economia no processo de desenvolvimento de suas forças produtivas, ao mesmo tempo em que expressa as possibilidades financeiras de um país para promover a acumulação ulterior e garantir, de modo ininterrupto, a elevação contínua do nível de bem-estar das massas trabalhadoras.
Como resultado do vigoroso desenvolvimento dos diversos ramos da produção material, em 1970 a renda nacional da Albânia apresentou um aumento superior a 8,3 vezes em comparação com o ano de 1938. Não obstante o expressivo crescimento demográfico ocorrido no mesmo intervalo, a renda per capita, no mesmo período, registrou um incremento de 4 vezes. O plano quinquenal de 1971–1975 prevê, por sua vez, um novo aumento da renda nacional na ordem de 55 a 60 por cento em relação ao nível atingido em 1970.
Uma característica fundamental da renda nacional em nosso país é a obtenção de uma elevada taxa de crescimento ao longo de todo o período de construção socialista, fato que assume maior significado se considerarmos que a base de comparação se torna, a cada ano, mais ampla e elevada. A seguir, apresentamos um quadro demonstrativo do crescimento médio anual da renda nacional segundo os diversos planos quinquenais:
Taxa de crescimento entre os planos quinquenais | |
---|---|
Plano quinquenal | Taxa de crescimento em % |
1955–1960 | 7.0% |
1961–1965 | 5.8% |
1966–1970 | 9.1% |
1971–1975 | 9.5% |
Como pode ser observado, se excluirmos o período de 1961–1965, no qual, em decorrência do feroz e criminoso bloqueio imperialista-revisionista, nossa economia sofreu um certo decréscimo na taxa de crescimento, em todos os demais períodos a taxa média anual de aumento da renda nacional continuou em ascensão constante. Este é, sem dúvida, um dos traços distintivos de nosso ritmo progressivo e elevado de desenvolvimento.
Para que se compreenda de maneira mais clara e concreta os sucessos da Albânia no que tange ao aumento da renda nacional, podemos proceder a algumas comparações, tanto em relação ao panorama mundial como em relação a outros países específicos.
Durante o decênio de 1960 a 1970, a taxa média anual de crescimento da renda nacional, considerando o conjunto do mundo, foi de 5,6%; para a Europa, o índice situou-se em 4,6%; enquanto que, para a Albânia, essa taxa atingiu 7,2%. Assim, durante esse período, a taxa média anual de crescimento da renda nacional da Albânia foi 29% superior à média mundial e 56% mais elevada que a média europeia(2).
A Albânia, em virtude de sua linha econômica justa, científica e firmemente marxista-leninista, obteve uma taxa de crescimento da renda nacional não apenas superior à média mundial e à média europeia, mas também superior à de muitos países individualmente considerados, incluindo aqueles que, sob o ponto de vista das condições históricas de desenvolvimento anterior, dispunham de bases materiais mais amplas.
Assim, se tomarmos como referência o último período de nosso desenvolvimento, de 1965 a 1970, e realizarmos uma comparação com alguns países vizinhos ou mesmo com certos outros países da Europa Oriental onde se encontram instalados os grupos revisionistas no poder, então obtemos os seguintes resultados(3):
País | Taxa de crescimento anual em % |
---|---|
Albânia | 9.1% |
Bulgária | 8.6% |
Grécia | 7.1% |
Hungria | 7.0% |
Tchecoslováquia | 6.8% |
Iugoslávia | 6.2% |
Polônia | 6.1% |
Itália | 5.6% |
Outro fato de grande relevância é que a nossa taxa de crescimento da renda nacional não apenas se mantém elevada, como também apresenta um incremento contínuo e sustentado, ao passo que, em outros países, essa mesma taxa tem começado a declinar. Assim, para o período de 1971–1975, prevê-se que a taxa média anual de crescimento da renda nacional em nosso país seja 5% superior à registrada no quinquênio de 1966–1970, enquanto, por outro lado, na Bulgária, na Hungria, na República Democrática Alemã, na Polônia, na Tchecoslováquia e na União Soviética, tal taxa apresenta tendência de queda.
Na Albânia pré-Libertação, cerca de 90% da renda nacional era assegurada exclusivamente pela agricultura, o que demonstra de maneira incontestável que o país possuía uma estrutura econômica essencialmente agrária. Hoje, no entanto, a estrutura de nossa economia transformou-se de forma radical e qualitativa. A aplicação consequente da política leninista de industrialização resultou na transformação da Albânia, que de país essencialmente agrícola passou a ser um país agrícola-industrial. Esta transformação profunda e histórica pode ser constatada também através da análise da estrutura atual da produção da renda nacional segundo os distintos ramos da produção material. A participação específica de cada um desses ramos na realização da renda nacional do país, expressa em termos percentuais, é a seguinte:
Ramos da produção material | |||||
---|---|---|---|---|---|
Ramos Produtivos | 1938 | 1950 | 1960 | 1965 | 1970 |
Indústria | 3.2% | 11.0% | 32.7% | 35.0% | 42.4% |
Agricultura | 93.1% | 76.3% | 44.4% | 43.8% | 34.4% |
Construção | 0.8% | 4.6% | 10.9% | 10.1% | 12.2% |
Transporte/Comércio | 29.3% | 8.1% | 12.0% | 11.1% | 12.9% |
Total | 0.0% | 100% | 100% | 100% | 100% |
Os dados acima demonstram que, atualmente, a maior parte da renda nacional na Albânia é realizada através do setor industrial. A participação específica do ramo industrial na composição da renda nacional cresceu de 11,0%, em 1950, para 42,4%, em 1970, ao longo de apenas vinte anos. O quinto plano quinquenal (1971–1975) representará um novo salto qualitativo no incremento do papel da indústria na geração da renda nacional e, consequentemente, na transformação da Albânia de um país agrícola-industrial para um país industrial-agrícola.
Hoje, na Albânia, as relações socialistas de produção triunfaram plenamente, alcançando a totalidade, ou seja, 100%, em todos os setores e ramos da economia. Assim, a totalidade da renda nacional é agora produzida exclusivamente no setor socialista. A política econômica do Partido do Trabalho da Albânia (PTA) assegurou não apenas um crescimento acelerado da renda nacional, mas também a sua utilização correta e planificada, orientada integralmente para os interesses das massas trabalhadoras, para as necessidades do presente e para os objetivos estratégicos do futuro. Na Albânia, já não existem classes parasitárias e exploradoras, como ainda é o caso dos países capitalistas e revisionistas, onde as classes e camadas burguesas no poder se apropriam da maior parte da renda nacional. Na Albânia, a totalidade da renda nacional pertence ao povo trabalhador e é utilizada em seu benefício direto, com o objetivo de elevar constantemente o nível de bem-estar das massas laboriosas.
Uma das principais preocupações da política econômica de nosso Partido, no que diz respeito à utilização da renda nacional, é a sua divisão correta entre o fundo de acumulação e o fundo de consumo. Nesta questão, o objetivo sempre foi e continua sendo o de empregar a renda nacional de tal maneira que se garanta, simultaneamente, uma elevada taxa de desenvolvimento do país e uma constante melhoria das condições materiais e culturais de vida do povo trabalhador, tanto no presente como, sobretudo, no futuro. A elevada taxa de crescimento da renda nacional criou as condições objetivas para que o fundo de consumo — do qual dependem diretamente os padrões materiais e culturais das massas trabalhadoras — crescesse de forma contínua, tanto em volume total quanto em termos per capita.
Assim, em 1970, em comparação com 1950, o volume do fundo de consumo atingiu 373,3% de aumento, enquanto o consumo per capita da população cresceu 213%. Dessa forma, o consumo per capita da população, ao longo de vinte anos, mais do que duplicou, evidenciando uma melhoria considerável das condições materiais e culturais do povo trabalhador. Em cada período, paralelamente aos grandes investimentos e à acumulação socialista, o Partido sempre cuidou de destinar uma parte considerável dos recursos ao aumento dos rendimentos reais da população. Assim, durante o quarto plano quinquenal (1966–1970), os rendimentos reais per capita da população cresceram 17%. Espera-se que, durante o período de 1971–1975, os rendimentos reais per capita da população continuem a crescer aproximadamente na mesma proporção.
Resultados da política de industrialização
É amplamente reconhecido que, nos dias atuais, os sucessos econômicos de um país são determinados, em primeiro lugar, pelo ritmo e pelas proporções de sua industrialização. Por esta razão fundamental, desde os primeiros dias da instauração do Poder Popular, o Partido elaborou e aplicou um magnífico plano para a industrialização socialista do país, orientado por um ritmo acelerado e planificado. A Albânia herdara do passado uma indústria atrasada e rudimentar, razão pela qual se impunham transformações essenciais e profundas nesse campo, a serem realizadas num curto espaço de tempo.
Graças à justeza e à firmeza de sua linha política também no campo da industrialização, ao longo de apenas 20 a 25 anos, o nosso país construiu uma indústria moderna e diversificada, antes completamente inexistente, a qual não apenas satisfaz uma parte significativa das necessidades internas, como também assegura o fornecimento de numerosos produtos destinados à exportação.
Um dos índices que testemunham, de maneira inquestionável, os sucessos colossais de nosso país no campo da industrialização é precisamente o aumento da produção industrial total. Assim, em 1970, em comparação com o ano de 1938, a produção industrial total apresentou um crescimento de 63,7 vezes. Este aumento colossal da produção industrial total, em relação a 1938, constitui, antes de tudo, o resultado direto e necessário da elevada taxa de desenvolvimento econômico alcançada. Este fato se evidencia também quando comparamos a produção industrial de hoje não apenas com o período pré-Libertação, mas igualmente com os períodos posteriores.
Se compararmos a nossa taxa de crescimento da produção industrial durante o período de 1951 a 1970 com a do mundo como um todo e com a de suas diversas regiões, obtemos os seguintes resultados(4):
País | Taxa de anual de crescimento industrial entre 1951–1970 |
---|---|
Albânia | 14.7 |
Países Revisionistas | 10.0 |
Países Capitalistas | 10.0 |
Mundo em Geral | 7.0 |
Desenvolvimento dos Países Capitalistas | 5.3 |
Assim, a nossa taxa de crescimento da produção industrial é o dobro da média mundial, quase três vezes superior à dos países capitalistas desenvolvidos e 47% mais elevada do que a dos países revisionistas.
De particular importância é o fato de que a nossa economia continua a desenvolver-se a um ritmo elevado, mesmo considerando que a base de nossa produção industrial cresceu de maneira considerável e substancial. Para que se tenha uma ideia concreta das proporções desse crescimento da base produtiva industrial, basta mencionar que, durante o primeiro plano quinquenal (1951–1955), cada um por cento de aumento da produção industrial correspondia a um volume de produção de 5 milhões de leks, enquanto que, durante o quarto plano quinquenal (1966–1970), esse mesmo um por cento de crescimento passou a representar um volume de produção de 70 milhões de leks. Apesar desse gigantesco aumento da base de comparação, a taxa de crescimento da produção industrial continua a superar a média mundial e a de diversos países, tanto capitalistas como revisionistas. Para convencer-se disso, basta observar os números alcançados durante o último plano quinquenal, o de 1966–1970.
Assim, no período de 1966 a 1970, a taxa média anual de crescimento da produção industrial total foi a seguinte(5):
Taxa média do crescimento da produção industrial no período de 1966–1970 em % | |
---|---|
Albânia | 12.9% |
Bulgária | 10.9% |
Polônia | 8.4% |
Tchecoslováquia | 6.8% |
Alemanha Oriental | 6.5% |
Hungria | 6.0% |
Países Revisionistas (Total) | 7.5 – 8.0% |
Os dados acima demonstram que continuamos a manter uma taxa de crescimento da produção industrial muito elevada, sobretudo em comparação com os países revisionistas. Esta nossa taxa de crescimento continuará elevada também durante o quinto plano quinquenal (1971–1975). Para este período, prevê-se uma taxa média anual de aumento da produção industrial de 10,3%, um índice aproximadamente 7% superior ao previsto para o mesmo período na Bulgária, cerca de 70% superior ao planejado na Hungria, 65% superior ao estimado na República Democrática Alemã, 65% acima do previsto para a Tchecoslováquia, entre outros países revisionistas(6).
Uma característica distintiva de nosso desenvolvimento industrial é a prioridade conferida ao crescimento dos ramos produtores de meios de produção, com destaque especial para a indústria de energia elétrica, a indústria de engenharia mecânica, a indústria química, entre outras, tudo isso sem, no entanto, negligenciar a indústria de bens de consumo. No último decênio (1960–1970), o ritmo de desenvolvimento dos distintos setores da indústria foi caracterizado pelos seguintes índices (em porcentagem):
Anos | Total da produção industrial | Indústria de extração | Indústria de transformação | Produção de energia |
---|---|---|---|---|
1960 | 100% | 100% | 100% | 100% |
1965 | 139% | 105,3% | 141,7% | 167,9% |
1970 | 225,4% | 179,9% | 259% | 441% |
Esses índices demonstram que a produção de energia elétrica continuou a crescer com prioridade cada vez maior, o que se reveste de importância fundamental para o desenvolvimento global da economia.
Enquanto anteriormente o maior peso na produção industrial total era representado pela produção de bens de consumo (grupo B), agora o peso específico mais significativo é representado pela produção dos meios de produção (grupo A). Em 1970, esta última representava 56,6% da produção industrial total. O novo plano quinquenal (1971–1975) marcará um novo salto qualitativo rumo à ulterior industrialização de nosso país, com destaque especial para a realização de grandes empreendimentos, tais como o complexo da metalurgia ferrosa em Elbasan — cuja primeira etapa será colocada em operação em 1975 — e a grande central hidrelétrica de Fierza.
Transformações profundas no setor agrícola
No período pré-Libertação, a Albânia era um país agrícola extremamente atrasado, onde 40% das terras cultiváveis encontravam-se concentradas nas mãos de apenas 3% das famílias de latifundiários, enquanto 14% das famílias camponesas eram totalmente desprovidas de terra.
A primeira grande revolução realizada pelo poder popular no setor agrícola foi a Reforma Agrária. Por meio desta Reforma, a terra e os demais meios de produção dos latifundiários e camponeses ricos foram expropriados e redistribuídos aos camponeses pobres. Setenta mil famílias camponesas foram beneficiadas pela Reforma Agrária, recebendo gratuitamente a terra pela qual haviam sonhado e lutado por tanto tempo.
A segunda revolução no setor agrícola foi a coletivização, a união voluntária das pequenas economias camponesas em grandes economias socialistas, processo este que se concluiu nos anos de 1965–1966. Com a conclusão da coletivização, a exploração do homem pelo homem foi liquidada, de uma vez por todas, também na agricultura, estabelecendo-se plenamente as relações de produção socialistas no campo. Essas duas revoluções fundamentais abriram amplas perspectivas ao desenvolvimento das forças produtivas e ao incremento da produção agrícola.
Ao longo dos anos do Poder Popular, o Partido dedicou especial atenção ao setor agrícola, orientando seus esforços para a ampliação das áreas aráveis, para a mecanização e a introdução de insumos químicos na agricultura, para o aumento da produtividade agrícola e para a melhoria estrutural de todo o sistema de produção no campo.
A Albânia é um país com uma elevada taxa de crescimento populacional, cujas necessidades alimentares e materiais não poderiam ser satisfeitas sem a ampliação da superfície de terras aráveis. Por isso, o desbravamento de terras virgens e as grandiosas obras de recuperação de terras permitiram que a área de terras aráveis atingisse, em 1970, o patamar de 599 mil hectares, em comparação com apenas 292 mil hectares em 1938, ou seja, o dobro.
As grandes tarefas de incremento da produção agrícola não poderiam ser realizadas sem a mecanização do trabalho agrícola. Por conseguinte, a dotação da agricultura com meios mecanizados tem sido uma das preocupações centrais e permanentes do Poder Popular. Graças a essa atenção, em 1970 a Albânia dispunha de 10.900 tratores (em termos de potência de 15 HP), em comparação com apenas 30 tratores existentes em 1938; enquanto, no mesmo ano de 1970, contava com 1.286 máquinas debulhadoras, face a apenas 75 em 1938.
As tarefas de aumento do rendimento das culturas agrícolas tampouco poderiam ser concretizadas sem a introdução de insumos químicos na agricultura, em especial dos fertilizantes químicos. Embora ainda reste muito a ser feito nesse campo, os sucessos alcançados até agora são encorajadores. Em 1970, foram utilizadas 176,8 mil toneladas de fertilizantes químicos na agricultura albanesa, em contraste com apenas 5,2 mil toneladas em 1950. Em termos de aplicação por hectare de terra cultivada, em 1970 foram utilizados mais de 75 kg de substância ativa por hectare, enquanto em 1950 esse índice era de apenas 2,6 kg. Atualmente, estamos mais avançados na utilização de fertilizantes químicos do que países como Bulgária, Grécia, Itália, Iugoslávia e muitos outros.
Grande importância tem sido atribuída, igualmente, à ampliação das áreas irrigadas, levando em consideração as condições climáticas de nosso país. Assim, enquanto em 1938 apenas 10% da área cultivada era irrigada, em 1970 essa porcentagem atingiu 54%.
Todas essas medidas, integradas de forma planificada e sistemática, resultaram no aumento satisfatório do volume da produção agrícola. O ritmo de crescimento da produção agrícola total foi o seguinte:
Índice total da produção agrícola em % | ||||
---|---|---|---|---|
1938 | 1950 | 1960 | 1965 | 1970 |
100% | 119% | 172% | 223% | 309% |
Assim, em comparação com o ano de 1936, o volume da produção agrícola total em nosso país, em 1970, aumentou mais de três vezes. Este aumento é 5% superior ao crescimento registrado no número da população durante o mesmo período.
No que diz respeito à taxa de crescimento da produção agrícola total, conseguimos superar tanto a média mundial quanto a média de muitos outros países individualmente considerados. Durante o período de 1954 a 1970, a taxa média de aumento da produção agrícola, considerando o mundo como um todo, foi de 2,6 enquanto, na Albânia, essa taxa atingiu 4,9%, ou seja, 1,9 vezes mais.
Sucessos significativos foram alcançados no setor agrícola, particularmente durante a execução do quarto plano quinquenal (1965–1970). Neste período, a taxa média de crescimento da produção agrícola foi mais elevada do que em todos os períodos anteriores e superou consideravelmente a taxa média de crescimento registrada em todos os países da Europa Oriental. Assim, durante os anos de 1965 a 1970, a taxa média de aumento da produção agrícola na Albânia e em alguns outros países da Europa Oriental foi a seguinte(7):
Países | Taxa média anual de crescimento |
---|---|
Albânia | 5.8% |
Tchecoslováquia | 4.9% |
União Soviética | 3.9% |
Bulgária | 3.4% |
Hungria | 2.8% |
Polônia | 1.8% |
Alemanha Oriental | 1.5% |
Como se pode constatar, durante este período a taxa média anual de crescimento da produção agrícola total na Albânia foi de duas a três vezes superior à dos demais países comparados. A produção agrícola deverá dar um salto qualitativo de grande importância durante o período de 1971–1975, quando, sob a égide do quinto plano quinquenal, prevê-se um aumento global de 65 a 69%, o que corresponde a uma taxa média anual de 10,8%.
Com o crescimento da produção agrícola, aliado ao fortalecimento econômico e organizativo das cooperativas agrícolas, a renda da coletividade camponesa também aumentou e continua a crescer de forma constante e planejada. Nos últimos anos, o próprio Estado adotou uma série de medidas concretas em benefício do campesinato, entre as quais se destacam a abolição total dos impostos sobre as cooperativas agrícolas situadas em regiões montanhosas e de colinas, a redução das tarifas dos serviços prestados pelas estações de máquinas e tratores, a instituição de pensões e outras formas de seguridade social para os cooperativistas, entre diversas outras iniciativas voltadas ao bem-estar das massas camponesas.
Albânia — Um imenso canteiro de obras
Esses grandes êxitos da Albânia socialista não poderiam ter sido alcançados sem a aplicação de um programa profundamente estudado, sistemático e intensificado de investimentos e de obras de construção. Nosso país transformou-se num verdadeiro e vasto canteiro de obras, onde fábricas, hospitais, escolas e conjuntos habitacionais se erguem por toda parte, do litoral às regiões montanhosas, das cidades às mais remotas aldeias.
Para compreender a grandiosidade e o caráter majestoso do programa de construção na Albânia, basta realizar uma comparação entre os investimentos estatais efetuados nos diferentes períodos históricos:
Anos (Por Planos Quinquenais) | Milhões de Leks |
---|---|
1951–1955 | 2250 |
1956–1960 | 4266 |
1961–1965 | 6029 |
1966–1970 | 9406 |
1970–1975 | 16460 |
Assim, os fundos de investimento estatal têm aumentado a um ritmo acelerado de um plano quinquenal para outro.
Os investimentos previstos para o período de 1971–1975 serão particularmente expressivos, superando inclusive o total de investimentos realizados durante toda a década de 1960 a 1970. A maior parte desses investimentos foi destinada à construção de empreendimentos industriais, entretanto, uma parcela considerável foi igualmente alocada para outros setores, incluindo-se aí a construção de habitações populares.
A melhoria das condições habitacionais tem sido uma preocupação constante e estratégica do Partido e do Poder Popular, questão essa que tem sido solucionada não apenas por meio do esforço direto da própria população na construção de suas casas, mas também mediante a execução de um vasto programa de construções habitacionais levado a cabo pelo Estado. Assim, a construção de apartamentos por parte do Estado e a edificação de moradias pela população têm avançado de forma significativa, consolidando os direitos sociais conquistados pela classe trabalhadora.
Planos | Total de casas construídas | Pelo Estado | Pela população |
---|---|---|---|
1951–1955 | 26110 | 7596 | 18514 |
1956–1960 | 47413 | 11934 | 35679 |
1961–1965 | 44693 | 15808 | 28885 |
1966–1970 | 73213 | 29045 | 44168 |
1971–1975 | 80000 | 40000 | 40000 |
Este vasto e amplo programa de construções, realizado durante o período de 1950 a 1970, possibilitou que mais da metade da população da Albânia se transferisse para novas moradias. No que concerne à melhoria do bem-estar das massas trabalhadoras, é importante destacar não apenas a elevada taxa de construção de apartamentos, mas também o excepcionalmente baixo custo do aluguel pago pela população. De fato, o aluguel das habitações na Albânia representa apenas de 1,5 a 3 por cento dos gastos mensais de uma família média.
Desenvolvimento da educação e da saúde
O panorama das grandes transformações ocorridas na Albânia Socialista durante os anos do Poder Popular seria incompleto caso não enfatizássemos a revolução que foi realizada nos campos da educação e da saúde. Tanto a educação quanto os serviços de saúde em nosso país são inteiramente gratuitos e assegurados a toda a população, sem qualquer distinção.
Desde os primeiros anos de sua existência, o Poder Popular adotou medidas enérgicas e decisivas para erradicar completamente o analfabetismo e para desenvolver, de forma ampla e multiforme, todas as modalidades de ensino. Como resultado direto e consequente dessa política revolucionária, hoje dispomos de uma extensa e diversificada rede de escolas de todos os níveis e tipos, sendo que o Estado destina a elas vultosos e colossais recursos orçamentários.
Os dados a seguir oferecem uma ideia concreta sobre o desenvolvimento da educação na Albânia:
Índice a cada mil habitantes | |||||
---|---|---|---|---|---|
Alunos e estudantes | 1938 | 1950 | 1960 | 1965 | 1970 |
Total de estudantes | 56,3 | 178,0 | 311,5 | 425,0 | 661,2 |
Ensino fundamental | 54,6 | 170,0 | 274,8 | 361,2 | 555,3 |
Ensino médio | 1,7 | 6,8 | 29,9 | 51,0 | 80,4 |
Ensino superior | 0.0 | 0,3 | 6,7 | 12,8 | 20,5 |
Investimentos gastas em educação e cultura (em milhões de leks) | 0.0 | 58,6 | 250,1 | 333,4 | 553,8 |
Os dados apresentados na tabela acima demonstram que o desenvolvimento da educação e os gastos orçamentários destinados a esse setor assumiram proporções absolutamente incomparáveis com o período pré-Libertação ou mesmo com o ano de 1950.
O serviço de saúde na Albânia experimentou um desenvolvimento de caráter similar. Graças à grande atenção e ao cuidado constante do Partido e do Poder Popular, doenças como a malária e a sífilis — que anteriormente assolavam metade da população — desapareceram há muito tempo de nosso país. A seguinte tabela de índices de saúde e de gastos orçamentários no setor da saúde na Albânia oferece uma ideia concreta da magnitude desse desenvolvimento:
Dados | 1938 | 1950 | 1960 | 1965 | 1970 |
---|---|---|---|---|---|
Doutores e dentistas | 122 | 149 | 478 | 990 | 1808 |
Médicos por pessoa | 8527 | 8156 | 3362 | 1865 | 1181 |
Número de leitos | 1.0 | 5.3 | 8.6 | 11.1 | 15.1 |
Número de leitos por 10 mil habitantes | 9.6 | 43.7 | 53.4 | 59.4 | 70.8 |
Investimentos do Estado em milhões de Leks | 0.0 | 31.4 | 153.0 | 71.4 | 260.7 |
Esses dados demonstram que, enquanto em 1938 a Albânia dispunha de apenas um médico para cada 8.527 habitantes, em 1970 esse índice passou para um médico para cada 1.181 habitantes, ou seja, mais de oito vezes superior ao nível anterior. Da mesma forma, em 1938, as instituições de saúde dispunham de apenas 9,8 leitos por 10 mil habitantes, enquanto, em 1970, esse número atingiu 70,8 leitos, um aumento superior a sete vezes. Os gastos do orçamento estatal com a saúde também cresceram a um ritmo acelerado e contínuo.
As medidas concretas e a constante preocupação do Partido e do Poder Popular com a saúde pública refletiram-se diretamente no prolongamento da expectativa média de vida da população albanesa e na perceptível redução da taxa de mortalidade, fatores estes que asseguraram um rápido crescimento demográfico. Assim, enquanto em 1938 a expectativa média de vida da população na Albânia era de 38,3 anos, nos anos de 1969–1970 esse índice elevou-se para 68 anos; a taxa de mortalidade, que em 1938 era de 17,8 por mil, caiu, em 1969, para 7,5 por mil.
Todos esses dados e resultados expressam, de maneira inequívoca, a grande elevação dos padrões materiais e culturais das massas trabalhadoras.
Os dados apresentados neste artigo, ainda que incompletos, constituem testemunho claro, objetivo e irrefutável dos colossais êxitos alcançados pelo povo trabalhador albanês na construção integral da sociedade socialista. Representam uma prova incontestável do que um país e um povo, ainda que pequenos em número, são capazes de realizar quando trilham com firmeza o caminho do socialismo, sob a direção de um autêntico Partido marxista-leninista.